cortejos

Oh morte que tanto assombra meus sonhos

Com sua foice refletida contra luz

Mostra-me em consciência todos os meus pecados

Minha alma não suplica por vossa misericórdia

E nem tão honrosa foi minha vida

Por que tanto me visita em noites em claro?

No cansaço interminável em que sinto ao sorrir

Me viu em trevas cortejando a solidão

Que mesmo em sua inesgotável profundidade

Nunca me disse uma só palavra.

Oh morte que hoje veste seu vestido de gala

Me levou a uma festa banhada a loucura

Em meus órgãos que acredito serem todos iguais

Porque se prende logo ao meu coração?

Morte pelas suas asas negras lhe ofereço um poema

Entenda se por ventura for um cortejo

Leve suas obras mortas por escritores vivos

Que os mesmos se apegam a solidão.

Nomor
Enviado por Nomor em 01/03/2014
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