Singela Aurora Campestre
Na singeleza da manhã que desabrocha
o sábia enche o peito e desafoga,
o joão-de-barro enche o bico e vai a roça
pra construir sua morada na palhoça.
O colibri vai roubar mel da sempre-viva
enquanto as rosas dispersam os seus olores
no estradão vejo a boiada indo embora
seguindo o rumo do berrante d’alguns pastores.
O tico-tico reina supremo no café
cantando timbres afinados em si bemol,
o pintassilgo faz revoada lá no caqui
em seu cortejo de dança à sua senhora.
Lá no terreiro canários ciscam pelo chão
com olhares ariscos preocupados com o gavião
que no angico repousa por entre nuvens
com sua rapina é reinante entre os outros.
No sol que nasce encontro a serenidade
desse meu campo repleto de natureza
tão rica e esbelta em suas variedades
insopitáveis em sua divina beleza.