R.I.P.
R.I.P.
Ainda que exista D-E-U-S-E-S superiores aos nossos,
Seremos fiéis aos que nos deram vida.
Mesmo com orações sem respostas francas,
E esperanças já falecidas.
-Alguns brinquedos estão quebrados,
Então; conserte-os.
-Ah, não se esqueça daquele banco manco:
Metáfora:
Anáfora:
O Banco Manco,
banco que balança como seu andar meio mole, afeminado.
banco que acomoda o moço assustado.
banco que um dia se cansará e se quebrará com nosso peso.
banco que te derrubará quando for trocar uma lâmpada e não:
Te deixará sair ileso.
Eis então a Morte:
Deusa obscura,
Rainha incomparável,
Senhora dos remorsos,
Fera indomável
Leva todos sem esforços.
Bagunça em quarto teenager
Cheirando álcool, maconha e sexo.
Livros abertos, inúmeros marcadores de página,
Livros espalhados; grifados; recortados; amaldiçoados.
Alguns com marcas de lágrimas derramadas por engano.
Outros, repletos de características das personagens.
Ele e eu cuidamos dos nossos filhos mortos,
Temos cuidado com nossas preciosidades.
Ele está morto!
Eu sou um jovem; irresponsável, inconsequente,
Imaturo e mais um monte de “i”.
Depois que ele se foi,
Ando nu pela casa.
Sinto falta do coito,
Sinto falta do jantar que era sempre às oito.
Quero: Amar leve e baixinho.
Quero: Levar seu fantasma apaixonante até meu túmulo.
Quero: Ôuvir sua voz de mansinho.
Quero: um “ALÔ” .
Sinto falta do nosso reino homossexual
Dois reis em completa harmonia celestial,
Na política, na cultura e em cada ato sexual.
Agora, somos um:
Você pensa, eu escrevo
Eu respiro, você inspira
Você: Yang.
Eu: Yin.
Você: França; romântico; flores; perfume; vida.
Eu: Antártida; realista; gelo; vazio; luto.
R.I.P.