a Guimarães Rosa
de tanto mal-querer no mundo,
o pássaro da sorte tecendo ninhos em galhos
e os aviões crescendo sem metro de tamanho
d'um pedação do céu
a máquina apática tomando o lugar das asas mornas
e o bem-querer indo emborinha entre as nuvens
migrando para um de-onde-vem
não sei pra-onde-vai
me faz lembrar Rosa remendando verbo que não se conjuga
senão com fôlego de d(D)eus
e nas horas vagas quando o passarinho da sorte pousa na janela
e eu não me importo em perder o vôo das 11:40
porque ainda estou no meio da página
rabiscando a palavra Es-pe-ran-ça!