O susto
Contemplas o espelho e, súbito, assustas-te com a imagem que
Impassível, encara-te.
Olhas novamente e reconheces, abismado
Traços de uma face que, outrora, bem conhecias.
Tocas-te a pele. Sentes a tez áspera que lhe cobre o rosto
E procuras por pistas.
Não as encontras...
Compulsivo, destróis o espelho, num ato final de coragem trágica
Vingado, alteias-te em um ar de quem domina o mundo,
Manténs-te imune aos efeitos de teus modos juvenis.
E sobrevives a praguejar contra o tempo.