Válvula de Escape

Sei que a preguiça rebola no seio das gentes

E que dormir é tudo quanto de verdade se quer,

Não saboto de mim vez por outra um soninho qualquer,

Mas confesso que em cada sono há propósitos diferentes.

No cinzel de cada sono deveras me programo,

Durmo sempre com um olho fechado e outro aberto,

Assim diante de uma emergência estou desperto

Para não permitir que as chacotas da vida me deem cano.

Quem se abraça a sonos prolongados possui carências

Que só no sonho não se manifestam como tendências

Porque o estágio onírico é particular, de acesso proibido...

Vive-se, então, duas vidas: uma real, outra fictícia

E nas fantasias de ficção tudo é possível e sem perícia,

Por isso dorme-se cada vez mais isentando-se dos perigos!

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 25/02/2014
Código do texto: T4706186
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