PIPILO

PIPILO

não fiz da vida um poema,

muitas vezes desertei...

dei de ombros, estratagema,

para chorar o que sei...

é triste e não tem remédio...

é gritante e não se cala...

fica girando na sala,

a desarmar-me em assédio...

nem é lamento o descrito.

vazão que dou ao descaso,

da alegria, amor proscrito,

deserdada, em meu ocaso.

seja o que for, minha via...

doce via e meu alento.

canto, tal, da cotovia,

na tarde comum, ao vento.

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 25/02/2014
Reeditado em 12/07/2014
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