Da Úmida Insônia

A chuva cai, como se fossem cabelos

que o vento da noite sopra (molhado)

fazendo, contra a luz, um penteado

e por seus fios, minha sede de bebê-los.

A chuva deseja o chão desejado

e os pingos que caem, são os apelos

que a faz transbordar pelos cotovelos...

escorrer em seu corpo ajoelhado.

A chuva se dá, e num chover de zelos

sobre o chão que, ao se ver tão zelado

adormece...e acorda encharcado

quando o sol vem romper todos os selos...

secar as poças...só não os pesadelos

pois passei seco...na noite, acordado.

22-02-2014

Torre Três (R P)
Enviado por Torre Três (R P) em 25/02/2014
Reeditado em 10/12/2015
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