Da Úmida Insônia
A chuva cai, como se fossem cabelos
que o vento da noite sopra (molhado)
fazendo, contra a luz, um penteado
e por seus fios, minha sede de bebê-los.
A chuva deseja o chão desejado
e os pingos que caem, são os apelos
que a faz transbordar pelos cotovelos...
escorrer em seu corpo ajoelhado.
A chuva se dá, e num chover de zelos
sobre o chão que, ao se ver tão zelado
adormece...e acorda encharcado
quando o sol vem romper todos os selos...
secar as poças...só não os pesadelos
pois passei seco...na noite, acordado.
22-02-2014