Um dia sem amanhecer
Já nem mesmo me importa que um novo dia
desponte por sobre esta noite de lembranças
tristes, que tanto queria nunca houvesse existido.
De que serviu o enlevo de seus olhos, da poesia,
De momentos em que fomos sobretudo crianças,
Em que a tive feliz em meus braços, incontido?
Que restou das tantas carícias entre nós trocadas,
Carícias profundas, dolentes, até mesmo insanas,
Concupiscentes por vezes, impublicáveis e indecentes,
Quando era seu amante amado e você minha amada,
Quando me implorava que persistisse na doce faina
De repletarmo-nos à exaustão de nossas mentes?
Hoje, sem você, nem mais me resta a doce ventura
De a ver inebriada em meus braços, olhos esgazeados,
Cabelos desgrenhados por transpor os limites do amor,
E partirmos em busca de novos caminhos, da loucura
De sabê-la minha, tão pura, e eu, por você, tão amado
A sugarmos mutuamente de nossos corpos todo o clamor.
Pouco mais me importa que desponte um novo dia...
Bem sei que nunca encontrarei em outros braços,
O calor que encontrei em seu abraço, em seu ventre,
Em cada detalhe de seu corpo, em tardes baldias,
Que jamais encontrarei em outra o acolhedor regaço,
Que me inebriou com seu sabor e me tornou silente.
Já nem mesmo me importa que um novo dia
desponte por sobre esta noite de lembranças
tristes, que tanto queria nunca houvesse existido.
De que serviu o enlevo de seus olhos, da poesia,
De momentos em que fomos sobretudo crianças,
Em que a tive feliz em meus braços, incontido?
Que restou das tantas carícias entre nós trocadas,
Carícias profundas, dolentes, até mesmo insanas,
Concupiscentes por vezes, impublicáveis e indecentes,
Quando era seu amante amado e você minha amada,
Quando me implorava que persistisse na doce faina
De repletarmo-nos à exaustão de nossas mentes?
Hoje, sem você, nem mais me resta a doce ventura
De a ver inebriada em meus braços, olhos esgazeados,
Cabelos desgrenhados por transpor os limites do amor,
E partirmos em busca de novos caminhos, da loucura
De sabê-la minha, tão pura, e eu, por você, tão amado
A sugarmos mutuamente de nossos corpos todo o clamor.
Pouco mais me importa que desponte um novo dia...
Bem sei que nunca encontrarei em outros braços,
O calor que encontrei em seu abraço, em seu ventre,
Em cada detalhe de seu corpo, em tardes baldias,
Que jamais encontrarei em outra o acolhedor regaço,
Que me inebriou com seu sabor e me tornou silente.