Sem Título 36

Impôs-se escorregadia

lava da vertigem resvalando

todo meu ser em amenas

folhagens matutinas que seriam

hasteadas p’lo pico

da tua porta púrpura.

Fundi-me

sonora água encurvada.

Somenos

soldar bolsas de feixe

irrompesse tuas ânsias

em formas febris,

eu rodaria as quentíssimas tardes,

voaria num frutado cachecol aquém,

esticaria delicadamente

um cordel de brasas às extremidades

dum espaço sem espaço extraordinário

para bailar felizardo entre filigranas luvas

até à impune lua.

E assaltava

a fortuna cambaleante

dos belos anoiteceres ardidos.

Como tudo e tudo poderia ser perfeito

se me ensinasses com magia,

a complexa

valsa da alegria.