Florais Assistentes & Assustados!
Feito corte, passou navalha sem fio,
Correu lá atrás para rever os ocasos,
Falou em dupla, num sentido único,
Sem sentir o que ia pelo sentido oposto,
Aos olhos que quem ouve pelas encobertas,
Vazantes ofuscantes, línguas viperinas,
Aumenta um ponto no dado conto, contados,
Contraria a lógica, óleo & água, vinagre sobra,
Fugas nos acordes da corda solta, conexões,
Entre faltas com perdas & ganhos, alguma enxurrada,
Sobras de folhas perdidas no lado mais à esquerda,
Assim que o dilúvio passa, passageiros sem pressa,
Do eu tanto se espera que venha a acontecer...
Toca o tempo com a mão espalmada,
Do olhar que o frio consente, voz em calabouço,
Dos temperos que preconizam tantas mudanças,
Veste o arranjo, cara de palhaço, tomando forma,
Tirando da letargia um novo sopro de vida,
A barriga que coça, pelos encravados, mais um cigarro,
Na canela pele descamando, sente a falta de Sol,
Ares para uma nova brisa fria na caída da noite,
Olha com carinho, espera em silêncio o tempo passante,
Do amanhã que nada tem certo, apenas descontos,
Toca mais uma nota, aprendendo a tocar,
O que toca a pele vai além do sonho,
Lembra o último gozo, toda a plena forma,
Do arrepio pelo corpo, na vez anterior, tez brilhante,
Sentir o corpo tão fremente debaixo do meu,
O brilho insano de mais um gozo louco, insano & louco,
De tudo o que ainda falta, para tudo o que há de vir,
Sim, o corpo sente o cansaço da espera,
Dos ossos que pespegam a cálida ausência do ser,
Por entre os dedos a água que passa serena,
Tal o sono que pede sua presença, acolhimentos,
Recolhe dos escombros novas forças, outras letras,
A delinear novas rotas, mesmo que ainda tenha que se esperar!
Peixão89