Sem Título 32

Sou o que deveria ser e a mais não serei! Ser não serei, veria o que deveria mais ser o que serei mais ser sou,

não tendo forças p’ra ser Sou o que a mais sou! Deverei?

Transijo emendas ao contornar tua romã boca pressentindo o húmus dos melancólicos boulevards...

adeus vestígios: a petulância!

Esperarei? Transijo ninhadas de primogénitos...adeus vestígios: a petulância!

Como poderei ter erguido o suicida punhal do Dom, oh, zarolho narcisismo que nele transbordas alhadas sorridentes, se a tristeza imensa oscula-me

inamovível cesura, ontem (raios de sol), hoje (nevoeiro-antracite) e amanhã (dilúvio-arco-íris)?

De gerânios-verdes-esbranquiçados a gerânios-verdes-metalizados, estico o funesto Dom girando-o!

Teço, docilmente recreativo caminho-de-ferro de balaustrada a balaustrada (são enormes), e o epíteto Dom graceja, lastima, ressoa nas franjas das almofadas-esmeralda como agueiros d’ elasticidade onde perdura embalada frescura.

E ter Dom?

Ter Dom é flutuar no empoeirado parapeito-preto em cima duns sapos que por lá extasiam cúpulas vertiginosas e eu nunca saberei flutuar muito menos viver a ver sapos a foder!