Linha Indireta
Sou tímido e a vida me leva a reboque,
Disfarço-me perante a turba extrovertida,
Escondo-me até encontrar uma saída
Que me liberte de indesejados toques.
Minha introversão é um mundo imaginário
E edifico um universo onde respiro e sobrevivo,
Faço desses valores o alimento de que preciso
Para saborear a realidade do meu receituário.
Evasão fora de época? Fingimento poético exacerbado?
Não sei! Minha doutrina tem dogmas quadrados
E nesse senso de mistério busco-me no surrealismo...
Sou tímido e conta-gotas de várias raízes,
Embrenho-me no gótico e no metafísico sem vertigens
E adocico um romantismo e social sem fascismo!