O MENDIGO
Na entrada de um restaurante
A mão , o homem estendeu
O jovem pra ele olhou
E sequer o conheceu.
Não ouviu a sua história
Nem a lágrima que rolou...
O passado já distante
Renasceu por um instante
No jovem que agora ele via...
Seu retrato moldurado
Na tela da mente guardado
No chão por terra caía.
Seu filho ali parado
Ele bem do seu lado
E de nada, o rapaz sabia...
O álcool foi a razão
Da sua perdição ,
E de deixar a família...
Viveu sempre o coitado
Andando embriagado
Sujo e na solidão.
Sabia que aquela família
Não seria sua agora,
Viu no filho o seu retrato
E a Deus ele foi grato
Pelo milagre da hora
O sabendo bem de vida
Comendo boa comida
E um carro parado lá fora.