Dos teus sonhos , quem me dera.
Ah quem me dera, quem me dera. Ter teu beijo por abrigo, teu carinho por escudo, teus braços e abraços feito bálsamo, teu cheiro em minha pele, teus cabelos em minhas mãos, quem me dera, quem me dera.
Ser teus dias e tuas horas em noites de infinitos brilhos, ser a lua resplandecente em estrelado céu dos olhos teus, quem me dera, quem me dera.
Quando um poeta se cala, em dor sua alma se veste se desnuda, esvazia-se
Nada mais faz sentido ou razão, não importa mais viver ou não, se nada mais existe em seu peito que dor e solidão, quando do peito do poeta a poesia se vai, quando o poeta se cala.
Brindo a ti, profana poesia tosca com meus cálices de “ais”
Com minhas lágrimas derramadas e meus olhos umedecidos.
Canto-te em versos com minha alma que em prantos se derrama, se espalha por tortuosos caminhos de solidão e angústia.
Sorvo cada gota de teu suor, cada olhar é compartilhado, cada beijo absorvido. A imagem, os olhos impregnam cada centímetro de meu corpo assim feito tatuagem tecida na alma.
Quem me dera nas asas dos sonhos caminhar, entre estrelas me perder, adormecer e não sonhar, quem me dera.
Dos teus sonhos ser a esperança, dos dias tuas horas sorridentes e de teus olhos o brilho mágico que de teu coração resplandecesse. Ter o sol dos olhos teus a me aquecer e à lua de teus beijos a alentar as noites minhas, infinitas horas de solidão e abandono.
Ter a vida em um segundo, e em suspiros profundos, me afogar no mar dos beijos teus, quem me dera.