No diapasão da morte

Debaixo de chuva caminho pelo cemitério

Na noite trôpega vinculada a raios e trovões,

Perambulo entre as catacumbas ao som dos violões

Que distantes tocam marchas fúnebres de estilo ébrio.

O silêncio me ensurdece as aurículas na lama esparsa

E o vento úmido empurra-me contra as grades do medo,

Sigo contrito meu destino contornando todos os becos,

Mas me sentindo perseguido por arrepios de fantasmas.

Dentro da escuridão intensa meu cérebro trabalha

E anestesio minha alma para encarar funestas batalhas

Que certamente ocorrem entre eu e o tempo...

Na tempestade sem tréguas meu corpo é fadiga,

Então cruzo ressabiado o necrotério onde mãos amigas

Velam meu cadáver com profundas preces e sentimento!

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 23/02/2014
Código do texto: T4702905
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