BOLHAS
BOLHAS
Um dia aprendi que “B” é de Beto
Sem a barriguinha é “E” de Enio.
“Poc” uma bolha estourou...
Dali para frente tudo seria diferente.
“Meu pé de laranja lima”
“Poc”... “Poc”...
Vi-me na pele do Zezé,
Zezé seria o José Mauro?
Chorei com a morte do Portuga.
“Pequeno Príncipe” me encantou
Richard Bach foi um grande amigo.
“Poc”... “Poc”... “Poc”...
Fui apresentado a Dante,
Odisseia, Ilíada e Satyricon.
“Poc”... “Poc”... “Poc”... “Poc”...
Amei Kalil, ele me alimentava,
Assim como Amado, Clarice...
“Poc”... “Poc”... “Poc”... “Poc”...
Cora que diferença de tudo.
Apaixonei-me por uma velhinha
Que escrevia para mim,
Falava ao meu coração.
Quando descobri Cecília...
Foi amor de imediato,
Não era leitura de devorar,
Era leitura de ler aos pouquinhos,
Como licor precioso,
Um gole ao dia...
“Poc”... “Poc”... “Poc”... “Poc”...
Li a Bíblia de cabo a rabo,
Contradições e muitas interpretações,
Reli como licor...
Arma perigosa na mão de quem tem o dom da palavra.
Eu devorei Robin Cook e John Saul.
Oscar White e clássicos…
Adorei “Os morros dos ventos uivantes”
“Tom Sawyer”, “Jane Eire” e tantos outros...
“Poc”... “Poc”... “Poc”... “Poc”...
Isaac alguma coisa, planetas estranhos,
Robôs pensantes.
Arthur Clarke ficção maravilhosa
“Poc”... “Poc”... “Poc”... “Poc”...
Castaneda, Lobsang Rampa e outros.
“Poc”... “Poc”... “Poc”... “Poc”...
Li de tudo e as bolhas da ignorância estouravam
Trocava tudo pela leitura
Cada livro,
Uma viagem,
Um mundo,
Um universo,
Novos amigos...
Na minha infância muitas vezes,
Mais muitas vezes mesmo,
Quis seguir Tistou.
Colocar meus dedos na terra...
E com Tistou partir...
“Poc”... “Poc”...
André Zanarella 13-02-2013