VIAGEM INTERIOR
VIAGEM INTERIOR
Fernando Alberto Couto
Empreendo a minha viagem,
como a juventude nos diz,
pelo próprio pensamento.
Solto as asas, com coragem
e encontro tudo que não quis,
arrastado pela força do vento.
Assim, perdido pelo caminho,
do ventre ao possível jazigo,
em mil labirintos me perco.
Mas, sentindo viajar sozinho,
fugindo de qualquer perigo,
de muitos amores me cerco.
Amor vindo de uma mulher,
dum pedaço de chão cultuado
ou de encantos da natureza.
Até que eu possa entender,
como fui, pelo criador, tatuado,
pra encontrar-me com certeza.
RJ – 22/02/14