ILHÉUS

Pescadores de maré baixa, pescadores de maré alta!

Tragam em suas redes preciosas

O fio negro da crina do cavalo Branco de Napoleão,

A ponta de dois gumes da estrela cadente,

A varinha de condão da fada sininho,

A moeda de ouro do pote sob a extremidade do arco-íris

Porque o por do sol se fará belo como Cleópatra

E me farei por ti, Ilhéus, apaixonado como um transeunte desassossegado.

Mario Quintana, o gaúcho, que a essa hora se esbalda de céu,

E pouco caso faz do tempo

Deixando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas,

Adoraria a Bahia.

- Na Bahia o tempo não tem a menor importância

Porque o céu chegou primeiro aqui, e aqui se rimou todo.

Ilhéus, Bahia, em 22 de agosto de 2.011.