CARNAVAL

Nossa vida carnaval

Segue rota e sem destino

Atrás do boi de menino

E seu toque acidental.

Nessa algazarra anual

Não sou eu que determino

A data, o tom e o hino,

Pois não é festa autoral.

Folia artificial,

Deixou de ser genuíno

O batuque cabotino

Com auspício oficial.

Já não é bom o astral

E com isso não me afino

Porque não sou bailarino

De tal entrudo fecal.

De dentro do aluvial

Desse rio uterino

Fica preso ao seu destino

O histrião que é carnal.

Acima do bem e mal

Se for pra perder o tino

Prefiro ser clandestino

No protesto/carnaval.

Quebrando a rima

Por trás do muro:

Dá trabalho ser clow,

Requer ser puro.

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Fábio Mozart
Enviado por Fábio Mozart em 22/02/2014
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