CARNAVAL
Nossa vida carnaval
Segue rota e sem destino
Atrás do boi de menino
E seu toque acidental.
Nessa algazarra anual
Não sou eu que determino
A data, o tom e o hino,
Pois não é festa autoral.
Folia artificial,
Deixou de ser genuíno
O batuque cabotino
Com auspício oficial.
Já não é bom o astral
E com isso não me afino
Porque não sou bailarino
De tal entrudo fecal.
De dentro do aluvial
Desse rio uterino
Fica preso ao seu destino
O histrião que é carnal.
Acima do bem e mal
Se for pra perder o tino
Prefiro ser clandestino
No protesto/carnaval.
Quebrando a rima
Por trás do muro:
Dá trabalho ser clow,
Requer ser puro.
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