Minha face
Acordei de madrugada
Tive em meu sono um impasse
Sonhei que perdia a amada
Era cascata a minha face.
Inundei meu travesseiro
Nada impedia que chorasse
Gritava ao mundo inteiro
Como se diante disso bastasse.
Meus olhos feitos afluentes
Desaguava sobre a cama
A gente se torna tão dependente
Quando verdadeiramente se ama.
E o amor que a gente planta
Pensa em retorno colher
Mas quando engaveta na garganta
No geral só faz sofrer.
Os olhos viram riacho
A correr sem direção
E aquele instinto de macho
Desmorona e vai ao chão.
E nessa quebra de conceito
Os dias são eternidades
O vazio é espada no peito
Falta morrer de saudade.
Francisco Assis silva é poeta e militar
Email: assislike1@hotmail.com