Da Subterrânea Alegria

Eu quero a água da fonte, para beber!...

pois não tenho mais essa sede de fantasia

e porque já sinto, dentro de mim, escorrer

isso que, na sedenta ilusão, não sentia :

um fio, entre as pedras duras do sofrer

(onde, se não fossem assim, não escorreria)

formando a vontade líquida de viver...

uma gota de sorriso para cada dia.

A escavadora desse líquido-querer

que, mesmo eu não querendo, fez o que queria

foi a dor...que escavou...e que escavaria

até onde me fosse necessário doer...

até quando eu insistisse em esconder

esse meu subterrâneo rio da alegria.

20-02-2014

Torre Três (R P)
Enviado por Torre Três (R P) em 22/02/2014
Reeditado em 10/12/2015
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