Da Subterrânea Alegria
Eu quero a água da fonte, para beber!...
pois não tenho mais essa sede de fantasia
e porque já sinto, dentro de mim, escorrer
isso que, na sedenta ilusão, não sentia :
um fio, entre as pedras duras do sofrer
(onde, se não fossem assim, não escorreria)
formando a vontade líquida de viver...
uma gota de sorriso para cada dia.
A escavadora desse líquido-querer
que, mesmo eu não querendo, fez o que queria
foi a dor...que escavou...e que escavaria
até onde me fosse necessário doer...
até quando eu insistisse em esconder
esse meu subterrâneo rio da alegria.
20-02-2014