CORDILHEIRAS

Eu ainda sonho

ao pé da cama

com o começo da montanha

onde ainda se gravam

as suas costas

expostas

Onde o céu parece mais baixo

azimute que faz contato

com o meridiano das suas terras

na linguagem corpórea

magnética dos sinais

Onde não pode haver ponto final

Porque o horizonte não acaba

só aqueles que sabem dos poentes

inconsequentes

entendem aqui do que se fala

Quando desperto

levanto

minha imagem perto da sua

o único efeito

são serras e cordilheiras

inútil a reprodução

onde existe a multiplicação

ainda são iguais

duas que se tocam

Helena Istiraneopulos
Enviado por Helena Istiraneopulos em 30/04/2007
Reeditado em 30/04/2007
Código do texto: T470121
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