CORDILHEIRAS
Eu ainda sonho
ao pé da cama
com o começo da montanha
onde ainda se gravam
as suas costas
expostas
Onde o céu parece mais baixo
azimute que faz contato
com o meridiano das suas terras
na linguagem corpórea
magnética dos sinais
Onde não pode haver ponto final
Porque o horizonte não acaba
só aqueles que sabem dos poentes
inconsequentes
entendem aqui do que se fala
Quando desperto
levanto
minha imagem perto da sua
o único efeito
são serras e cordilheiras
inútil a reprodução
onde existe a multiplicação
ainda são iguais
duas que se tocam