A RUA
A rua não subia e nem descia.
Nem esquina existia.
Ruava numa direção transversal, intransitiva.
Intransitável, a rua.
Por onde passa a carroça do amor?
Uma lua enorme e trôpega
tropeça no céu.
Estrela, estrela,
onde estás que não afagas e nem afogas
as mágoas do meu coração?
Mas o anjo da noite ouviu minhas preces.
Agora, a rua sobe.
Meu coração descompassa.
E o amor trafega de graça
na praça do teu bem querer.