Sinfonia da Loucura
Não quero a realidade
chorando sua tristeza ou alegria,
sobre minha poesia.
Eu quero, na verdade,
a sinfonia da loucura
rimando com autenticidade.
Não quero a poesia calculada,
estricnina programada
para destruir miolos dos mortais.
Quero os ventos dos canaviais
sacudindo as falsas palavras
dos poemas “industriais”.
Deixem meus poemas com gorgulho,
porque tenho orgulho
de poetar sem precisão.
Deixem a loucura dar-me a mão,
pois bebo da inspiração
a última gota de ternura.
Posso até ser áspero
quando me inspiro...
Mas nunca dou um tiro
na minha imaginação,
por causa da razão.