ABSURDIDADE
Amador Filho.
Coração partido, impressão de derrotado,
Vazio sem fim, num peito quase sem vida,
Sonhos desfeitos, momento amargurado,
Dores constantes, saúde comprometida.
Pra que viver totalmente acabrunhado,
Numa existência bastante descabida,
Sofrendo tanto, e também decepcionado,
Sem ter da vida nenhuma contrapartida?
É profundamente doloroso e martirizante,
Viver assim nesta aspiração agonizante,
Neste desejo de um dia alcançar a felicidade.
Como eu queria uma migalha, ou uma esmola,
De um olhar, ou de um sorriso que tanto consola,
Para suavizar a dor desta cruel absurdidade!
Santa Luz, 18 de dezembro de 2013.