VENTANIA

Não me deixo enganar

Por um devaneio ao meio dia,

Por um sonho em desencanto.

Sou pó que a ventania leva

Por corredores estreitos

De uma vida sem começo

Que quer se revelar.

Há um mundo diferente

Que não pode terminar.

Por isso me rastejo

Pela casa sem mobília

E olho da janela

A paisagem entristecida.

Falo de improviso

De um amor sem juízo

Que não quero acreditar.

Não percebi o desabrochar das flores naquele dia

Que hoje também se foram com a mesma ventania.

Waldenilson Ferro
Enviado por Waldenilson Ferro em 18/02/2014
Reeditado em 18/02/2014
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