ELEFANTES AFRICANOS TÊM UM QUÊ A MAIS DO QUE OS ELEFANTES INDIANOS
criminoso!...
mataste, com a serenidade dos venenos para ratos,
os meus sentidos tidos quando em paixão...
[há um elefante indiano fazendo haraquiri no Japão]
criminoso!...
agora, afiado, sei de qual lado está a bainha do teu facão
que aprofunda o talho com nódoas de bananeiras
só para abreviar a dor da cicatrização...
[há um elefante indiano fazendo haraquiri no Japão]
sutil, meio corte do baralho,
subornaste até a cartomante do Sudão
para que ela me revelasse quão necessária é a morte indolor...
[há um elefante indiano fazendo haraquiri no Japão]
feriste-me tanto, e tanto,
que silenciei - uma a uma – as línguas das viúvas da rua,
só para que nenhuma delas percebessem que era eu a única viúva tua! .
[há um elefante indiano fazendo haraquiri no Japão]
criminoso!...
gole da minha cicuta para santos fiéis,
despejas o meu nome quando com em outras mulheres,
saudoso pelo meu luar de agosto
[há um elefante indiano fazendo haraquiri no Japão]
devolve-me – já – o teu facão!...
cuidarei da tua tosse, da tua posse, do teu lenço cor de sangue,
meu elefante africano:
não cometas haraquiri, qual o elefante indiano.