Viva o Povo Brasileiro
Para trilhar nesses caminhos
Tortuosas linhas
Versos simples, diria um poeta comum
Peço licença ao Sr. Lima Barreto
E o seu projeto Brasil Brasileiro
Ao homem do campo
Que olha o sol se espreguiçar no horizonte
Peço licença ao Sr. Portinari
E as tintas miscigenadas
Ao multicolorido do São João
Ao homem do litoral
E a sua ginga como as marolas
Peço licença ao Sr. Ferreira Gullar
Por traduzir as minhas vísceras
Externar o interno
E saber que tudo isso é muito mais que a Zona Sul
Peço licença a Srª Cora Coralina
Por transmitir que todo dia é dia de começar
O doce da vida é transformá-la em versos
Ao vaqueiro e o seu aboio melancólico
Peço licença aos Farroupilhas e à Conjuração Baiana
Por terem optado em ser Brasil
Ao Sr. Euclides da Cunha
Por nos mostrar quem é o forte
Peço licença aos Srs. Carybé, Verger
Por prestigiarem a nossa essência
Ao Sr. Jorge Amado e o chocolate com recheio de sangue
Peço licença ao Sr. Graciliano Ramos
O eu-mundo-eu.
À Srª Maria Bethânia Telles Velloso
Peço permissão para poder poemar
Escrever uns versos simples
Ao Cruzeiro do Sul
À Baia de Todos os santos
Ao Povo Brasileiro