RETICÊNCIAS
Desejou
andar pela chuva
quer os espelhos
da muda
vendo-se adormecida
num sonho
que não é real
porque ela faz
ser sua desgraça
roubada
se atira em meio a poças
pra que possa
ser livre
na rua desolada
fruição
deitada olhando
chover
facas de um céu
desgosto
que faz escolher
o que entre seu coração
pode levar
a razão
salvar sua aparência
ficar doente
meio um tanto
incoerente
descer na parada
errada
era um pouco mais
a frente
a direita
numa rua ensolarada
foi então ali
que fez promessa
de não ver
o que havia de ser
buscado
mapa não é convite
nem permite
descobrir o que nada
em essências perdidas
ante uma vida
que sempre esteve
no mesmo lugar...