VIDA BOÊMIA
caiu a noite no centro da cidade
o bêbado sonolento cambaleava
solitário, ele quase não andava
a vista turva, os movimentos lentos
instintivamente parou e tentou sentar
não sabia onde estava e nem importava
sua satisfação era a bebida que gostava
nem pensar em parar com seus goles
ainda tinha o cigarro, vício antigo
desde menino dava suas baforadas
tempo de ouro, tinha várias namoradas
no cabaré era o tal, gostava de pagar
todos o reverenciavam por isso
mas o tempo passou, agora está só
os que usufruíam o abandonou, dar dó
vive agora na rua da amargura
sem lenço e sem documento, triste
o dinheiro é pouco, mas dar para beber
vai continuar assim até um dia morrer
só assim deixará essa vida boêmia