CÉU DOS IMPROVÁVEIS
Seis da manhã, a vida passa
em pernas apressadas,
o tempo corre atrás do minuto
perdido, jogado ao léu.
Na viela, o mundo subindo
e descendo em disparada
sob o sol ainda envergonhado.
Sem preocupações com o corre-corre,
tampouco com a vergonha do sol,
o casal, na cama da calçada,
por ânsia improvisada,
dorme o sono dos justos.
Têm por companhia as latinhas,
vazias, sorvidas na felicidade
do saber viver a doce mistura
de álcool e estrelas, adormecidos
e sorridentes sob o manto azul
e cúmplice do céu dos improváveis.
19:44
17.02.2014