Espinhos da Madrugada

Não tardo em recolher meu último sono

Constrangido pelo secular concurso da insônia,

Meus olhos abrem e fecham sem qualquer cerimônia

E na noite pedaços de angústia soam como escombros.

O silêncio perscruta minha agonia e caçoa da vigília

Que me abate sob os silvos agudos da mortalha,

Sonho acordado com navios piratas que encalham

Nos bancos de areia formados por colossais ventanias.

O tempo parece estático diante das horas que não andam

E no remelexo do corpo sobre a cama os lençóis reclamam

Do suor que ensopa minha pele carente de umidade...

Da tortura noturna herdo no amanhecer a fadiga

Que pesa toneladas dentro da insensatez que me obriga

Vez por outra cochilar nos balcões sonolentos da liberdade!

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 16/02/2014
Código do texto: T4694215
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