MEU VELÓRIO NO TEMPO MORTO
A essência de um tempo morre.
Morre também a juventude e as entidades de um tempo.
Morrem os amores de um tempo.
Ninguém se dá conta,
naquela época,
dos indigentes passatempos.
Embora,
com todo o morticidio
em tão poucas linhas
dimensionadas aos limites do vital,
quando sepulto um tempo,
deixo-me velar às infinitudes
d'alma atemporal.