Nada está fora do lugar

Nada está fora do lugar;

Os pratos, os talheres, os copos e os discos...

...Limpos e bem guardados...

Só mostram que há vida em tudo isso.

A diferença é que a casa tem ganhado novas decorações.

“Nada se perde, nada se cria, tudo se transforma.”

Mesmo que os ponteiros do relógio apontam pra várias direções,

Eles sempre saem de um ponto comum,

Do centro, do início diretamente no rumo de um fim-sem-fim...

Mas somos leigos, e desconhecemos o futuro – e os passos só seguem... Sossegue!

Tantos livros, tantas frases se fizeram diante meus olhos,

Tantas vezes seus olhos se fizeram diante dos meus.

Eu li você, você me leu. Você me escreve, eu te escrevo... descrevemos.

Tentei te apagar, mas essa borracha de R$ 0,50 é uma bosta.

Mas bato uma aposta que nenhuma te apagaria.

Somos um livro de 1.000 páginas, aquele livro sobre a mesa.

Mas só há escrita até a página cento e pouca...

Cada dia que abro novas frases e adventos são impressos pelo tempo.

Versos com rimas ou sem rimas causam arritmias no meu puro coração

De amante inveterado.

Chego da janela e observo as árvores e as estações.

Somos como elas, perdemos folhas, damos lugar às novas.

Damos frutos, nos podam... mas estamos sempre por ali;

Metamorfoseando. Como um camaleão que se adapta

Nas incoerências do cenário chamado tempo.

Vavá Borges
Enviado por Vavá Borges em 16/02/2014
Reeditado em 17/02/2014
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