Distância
Distância.
Rio que banha minha alma em desertos.
Inunda o coração de momentos incertos.
Faz brotar solidão, nascer desesperança.
Raio a cortar o céu sem uma razão palpável.
Explicação?
Voz do tempo, voz do tempo nada mais.
Une o que não faz sentido.
Separa faz calar a voz estremece o corpo ávido.
Impõe limite no compasso do coração.
Cálice que transborda quando não há mais limite.
Farpas cravadas na mão.
Rio que banha a alma não sabe ao certo.
Ondas do mar do teu mar quebrando dunas, meu deserto.
Enrijece a ilusão petrifica a alma.
Erosões infindas sangrando sobre o pó do sentimento.
Pedras sulcadas às linhas do esquecimento.
Sonho que nasce morre sobre a colina.
Esperança que surge e vai com a brisa.
Pranto silencioso que nasce e cresce sob-ruídos da saudade.
Rastro de incertezas deixado pelo caminho.
Amantino Silva 04/02/2014