O PEQUENO CONTO DA VÍBORA

Era sempre a noite
que ela subia
não sabia parar
lugares conhecidos
distância em ilhas
ia fazendo seu jogo
pelo que quer
deste fogo
que não pode
dormir com ela
sais de banho
banheira
leito de dama
demoras
sonhando
as peças que quer
encaixando
quebra-cabeças
em cores
senhores
se viram-me pensando
na sutileza deste olhar
que vem chegando
insinuosa
charme
de um lenço
perfumado que deixo
cair
na tentação de sentir
essa emoção
de ter-me
como a mulher destes
sonhos
proponho
sob um salto alto preto
vestido colado
de seda
corpo que mente
quem almeja
tratar-me
de elogios
os calafrios
prefiro dar a quem
me dar um frio
depois das horas
passarem
estas roupas
estarem
desapercebidas
como pétalas caidas
quando a história
termina contada
na manhã
que nos torna
noite por dentro.