Querer o Diferente Mundo

Embate de fragilidades em coração nada alado e penoso

Deixei ao jardim pegadas mal vistas numa solitária calma

Nas pretéritas e esquecidas conjuras deixo a recordação

De um dia carregado de abraços a cada paz desabrigada

Tenho de ti um naco de amôr induzido, chorado e desafio

A sós com outra flôr em desamparada beatitude valorosa

E estou ao pés da janela divisando o horizonte enevoado

Com braços tolhidos pela noite desertificada e sem rostos

Em tom baixinho falo ao relento calado a confissão florida

E ao cair da madrugada mais ausente fico a armar frases

Desculpas tênues para serem reduzidas a palavras nada

Ao jardim pétalas caem chorosas por um verbo refugiado

Posso estar na louca jornada deste cair da noite vencida

E poderia ir ao longe clamar a solidão realista da certeza

De que estou a devaneios impolutos querendo a verdade

Com palavras não adiantará permanecer surda ao desejo

Por ora estou em casa na fantasia de ser fruto da lástima

Numa espera incômoda ao velar-se acordada numa cama

E essa espera fortalecida por uma esperança mensurada

Triste por um corpo trair as vontades solitárias merecidas

O dia virá e te bendirá e eu carregarei rosas apalermadas

E as mãos em reza recolhida com o peito receitando juras

Ao jardim plantarei sonhos forjados ou falência do espírito

Tudo para te ver acima de mim sorrindo ao chão comigo...

Jurubiara Zeloso Amado
Enviado por Jurubiara Zeloso Amado em 15/02/2014
Código do texto: T4692704
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