SINOS (SIGNOS)

Tudo o que desponta

no fundo do meu quintal

é um sinal

é um sinal

Água vem limpando, polindo, avivando

meus olhos, seixos e cores

Rosa vem brotando

Luz vem alcançando

e, assim, vai espalhando seu cheiro

Tudo o que amanhece

nas bordas do meu portal

é, afinal, mais um sinal

Um espinho que perfura o dedo

sugere o zelo, não o rancor

Segredos do vento, quem nos avisa é o Tempo

Momento de crescimento

no raso da escuridão

Tudo o que fulgura

sob o manto azul-real,

ao nosso cerco,

é um sinal

Vida precisa

No silêncio está contida a oração

Dor não é destino nem desatino

é, apenas, mais uma lição.

D.V.

1993

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