NA PLATAFORMA DUM SONHO

Às voltas, reviro voltas

buscando uma posição,

que me dê algum conforto

ao meu corpo, meio morto...

de tanto lutar, em vão.

Sinto um mal-estar profundo.

Triste, cansada, sem esperança…,

vivo numa plataforma

sem alicerces, sem forma.

Como cenário…, este mundo.

Sem perceber esta chuva,

que me atormenta, caindo…

sinto que estou num castelo

muito “vip”, nada belo,

onde muitos viram reis

circundados de rainhas.

Umas são como as formigas,

por muito amar, inimigas

de quem cria certas leis.

Outras, cigarras vaidosas,

vagabundas, impiedosas,

em busca não sei de quê…

Coitadas, fazem-me dó.

Estou entre elas. Muito só!

Desperta, busco o porquê

de tanta chuva a cair,

molhando tantos peões…

Não são milhares, são milhões...

2014-02-10

Maria Letra
Enviado por Maria Letra em 15/02/2014
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