O Sujeito e o vácuo
Num átimo, um surto
vi as estrelas orbitarem em minha volta
e logo depois as constelações sucumbirem,
um facho de ideia iluminou,
Afinal, Aristóteles estava certo?
Eu sou o centro do universo?
Meu uno olho despertou, olhou para o vácuo criador,
Em um calafrio pungente e pujante,
tudo em mim pensou...
O que diria desta passagem no mundo?
Se fui jovem talvez.
Responderia se resposta tivesse
ainda sou jovem, eu sei
e nem minha passagem terminei,
quero sem dúvida que seja muito longa, é claro,
repleta daquilo que a vida dá,
aquilo quê que nunca completo nos faz.
Se víssemos que nesta rápida passagem,
nos doamos tanto para o tempo e pouco para o amor,
por convicções tão velhas carregadas de dor,
veríamos que somos assaz tolos e que mesmo idoso,
neste mundo oneroso somos tão jovens.
Aquela velha estrela que hoje brilha vermelha
que vira tantos planetas nascerem e
morrerem e perderem sua beleza,
Soube que até mesmo ela de vida quase eterna
já teve seu tempo de esplendor.
De ínfimos homens a homéricas estrelas
Dos ensinos de Platão à peregrinação dos cometas,
Seres e astros surgem com pretensões ímpares,
estes nascem plenos que vão brilhar,
que vigerão o fulgor de suas luzes no clímax,
atravessando veloz as trevas vazias do universo;
Aqueles ora enveredam para a luz,
ora se unem ao nada e compactuam com a escuridão.