A VIRGEM IDADE

Espere no portão

não anteveio

a chave

descubra

como entrar

se me quer

me torno mulher

desta bravura

entenda-me madura

compreenda

desventuras

recados calados

querendo ouvir

um passado

deixado de lado

fui a fome de muitos

pelos trocados

fascinantes

dos panos verdes

faces doentias

embebidas

numa mesa que fica

vazia

quando a sorte

é criada pra existir

vou deixar

o portão fechado

pule a cerca

roube a verdade

das mentiras

polifônicas

estampadas

num outdoor

que muda de cor

se quer saber

qual meu sabor

colha uma fruta

verde

deixe amadurecer

onde quiser

dentro do seu lar...