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Podes Tentar...


Podes tentar - estica o braço,
Mira, pretensiosamente,
A minha cabeça,
Tenta amarrar-me com teu laço:
-Eu passo!

Podes tentar mais uma vez,
Finges não ver toda a sujeira
Que fizeste,
Inconteste, 
-Eu passo!

Eu passo sempre, e passarei,
Pois nada devo, nada sei,
Das artimanhas e urdiduras que tu traças...
Comam-te as traças!
-Eu passo!

E o meu passo, eu não atraso,
Não sigo as linhas pontilhadas que desenhas,
Pois o meu barco
Me espera ao longe, e um dia,
Apesar das tempestades,
Eu nele embarco,
Navegarei ao largo 
Das tuas malfeitas armadilhas...

Eu passo, 
Não sou tua presa, aranha,
Teça tua teia sem-vergonha
Longe de mim,
Injeta a tua peçonha
Em outro pescoço mais distraído!
Pois eu tenho o antídoto
Que me salva de qualquer mutreta,
E ele,
É a  minha letra.

Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 14/02/2014
Reeditado em 17/02/2014
Código do texto: T4691236
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