espectro
O que sei de ti não vale mais que um emaranhado de caracteres propondo frases
Não tão puras nem tão espontâneas quanto rastros de animais na lama
O que sei de ti é inodoro, apenas cinema, um par de ombros, cabelo amarrado e sorriso, tudo aprisionado no universo bidimensional de uma tela
Nunca te vi pisar o orvalho do jardim nem sei se faz barulho tomando sopa
E talvez por isso mesmo, o melhor de ti em mim, é ser você pedra bruta, futuro monolito na promessa do martelo platônico dos meus desejos