VEREDAS, À NOITE
Veredas, à noite,
poesia abre os olhos
de estrela em nós
e a lua tão clara
sozinha viaja
pela imensidão.
Alegre o verso,
chega de mansinho,
e fica em silêncio
bem dentro da gente
feito um passarinho
bicando ternuras.
Depois, adormece
e sonha e sorri
delírio encantado
parece menino
ou anjo, quem sabe,
de espanto orvalhado.
Nos raios de sol,
manhã se penteia:
douradas carícias
em suas longas tranças,
bailando delícias
sopradas ao vento.
Nas trilhas do dia,
faróis de esperança
tristeza se esquece
alegre esse dom
poesia em mim
de novo amanhece.