O QUE PERDURA

Foi a última noite

daqueles lençois

marcados

letras diformes

se juntadas

novela íntima

seria contada

daquelas que por ela

se diziam amantes

foi bela

alguns entre elas

queriam o pra sempre

num dia

n'outros despedia

levando sua alma

sem calma

por entre escada

corrimões

alisados

arranhados

por subir

aos templos do amor

que de amor

fazia sentido

pra ser vivido

nas fagulhas

de beijos colados

agulhas em dedos

faziam verter calor

de um todo diverso

que se quer bocas

deixam falar.

As estações são quadros

criados

pra qualquer ilusão

desejada

quando desejada

nasce pra ser pintada

um nascer do sol

não muda porque

vamos embora!