ELA NUNCA VEIO

Ante a chuva

caindo

pela vidraça

comparsa

desiludindo

copo que entonei

pra baixo

lenço dobrado

querendo antever

o que ela quer comigo?

não me tonei amigo

simbiose profética

de tudo que tem início

um abraço

um favor

é apenas cansaço

das alegorias da razão

perdura o que confessa

imersa em emoção

rindo pelo fato

de sozinho estar

entre outros tantos

quantos por mim perpassam

numa fome feroz

de ser tocado

pela realidade

de verdade

esta cadeira podia contar

quem por aqui sentar

sendo ela então

porque meu coração

não para de conversar

neste mudo sintoma

de ficar desconhecido

horas são tempos

contados

antecipados vencidos

meu copo depressa

esvazia

devia esperar

aquela ampuleta

moderna

que deixei pra esperar

dizer o que de mim queria...