PASSATEMPO
A manhã se desdobra incontinenti
Sete horas, nove, dez, segue apressado,
O relógio, pensamento atordoado,
Rodopio sem saber onde vai dar...
Logo cansa, esse franco desespero
Que distraio-me, ao pegar o meu tinteiro
E mergulho neste branco, doce mar...
Que me importa se a noite desabar?
Em outro mundo, um dia eterno eu pude achar,
E semear as delícias de viver...
Volto ao tempo, desalento, a vida é escassa
Cobra coragem, venda aos olhos e mordaça
Se se quiser, a bela história, engendrar.