PASSATEMPO

A manhã se desdobra incontinenti

Sete horas, nove, dez, segue apressado,

O relógio, pensamento atordoado,

Rodopio sem saber onde vai dar...

Logo cansa, esse franco desespero

Que distraio-me, ao pegar o meu tinteiro

E mergulho neste branco, doce mar...

Que me importa se a noite desabar?

Em outro mundo, um dia eterno eu pude achar,

E semear as delícias de viver...

Volto ao tempo, desalento, a vida é escassa

Cobra coragem, venda aos olhos e mordaça

Se se quiser, a bela história, engendrar.

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 12/02/2014
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