O PERFUME DO INTERIOR

Quer me ver

despossuir você

dos rastros

vindos

lhe deixo caindo

erguendo meu prazer

lhe deixo subindo

até onde você

conseguir não

mais dizer

usar sua fala

pra que a minha

cala

quanto mais

sua voz

delira em linguas

tão diferentes

me beija

continentes

entre estreitos

que separam

e você nada

nada nada

atravessa

toda força

que parece não querer

escosta umidecida

duas entradas

de um labirinto

minto que me perco

querendo ser

surpreendida

num entardecer

sozinha

desprevinida

das mantas

e coberturas

esta loucura

de sentir

faz vingar uma morte

querida mas

ainda mais viva

porque ressurge

logo pela manhã

depois de fazer sentido.