A Fuga

Não levante a voz na sua fuga
Saia veloz, covarde e sem dor
Como pétala fraca e solitária.

Deixe o trafego pesado influir
Depois das seis terei migalhas
Com elas cobrirei as pegadas.

Na bagagem nada, nem o olhar
Barcos sem braços e esforços
Perdidos, soltos, como piratas.

No sujo mar, sumo ardido no ar
Gaivotas famintas e alucinadas
Buscam no radar seu horizonte.

Leve, breve e fácil seu discurso
Analgésico para o tratamento
Papiro vivo na voz de um mudo.
Dado Corrêa
Enviado por Dado Corrêa em 11/02/2014
Reeditado em 04/04/2014
Código do texto: T4687245
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